27/07/2020

Olá!

Segue nosso estudo de segunda-feira às 16:30 hs.
Médiuns e Mediunidades
IX -Responsabilidades mediúnicas




Leitura inicial:

Ama e contribui a favor do progresso, sem lamentação 
de qualquer natureza, em paz e confiança.

Fonte: Livro Amorterapia, por Divaldo Franco e Joanna de Ângelis

Trecho do estudo:

Variando de nomenclatura, a Bíblia chamava intermediários dos Espíritos os profetas,enquanto, na Índia, eles eram tidos como pitris; no Japão, kamis; na Pérsia, ferouers. Os hebreus ainda os denominavam elohins, os gregos manes e os romanos penates. Foi Allan Kardec aquele que propôs a palavra médiuns, por mais consentânea com a função a que se dedicam. 

O professor Charles Richet, igualmente interessado no assunto, informa que “médiuns são aqueles indivíduos que servem de intermediários entre os mundos dos vivos e dos mortos”. O psicólogo inglês Frederico Myers elucida que “os médiuns são intermediários entre as comunicações do mundo material com o espiritual”. 

Já Gustavo Geley classifica-os como pessoas “cujos elementos constitutivos são capazes de, momentaneamente, ser descentralizados”. 

Por consequência, os livros sagrados dos povos antigos encontram-se refertos de referências à mediunidade, aos médiuns, demonstrando a legitimidade do fenômeno e a frequência com que o mesmo ocorre. Entre outros, o notável reencontro do rei Saul com o grande juiz Samuel1, conforme relata a Bíblia, demonstra o alto grau de sensibilidade da médium de Endor, portadora de várias e excelentes faculdades. 

Em outras passagens do Velho Testamento, multiplicam-se as referências à mediunidade e aos médiuns, tais como no Levítico, em Isaías, em Daniel, em Miqueias, em Jeremias... No Egito e na Caldeia, na Índia e no Japão, os médiuns eram consultados com frequência, fato que se repetiria na Grécia e em Roma, herdeiras naturais da cultura e da civilização oriental. 

Homero refere-se, na Odisseia, que Circe, a extraordinária médium, serviu a Ulisses, que, por seu intermédio, dialogou com Tirésias e inúmeros Espíritos outros. Na Tessália, Erato fez-se celebrizar pelas comunicações espirituais de que era objeto, inclusive revelando a Sexto Pompeu diversas questões que este desejava conhecer. 

A visão psíquica de Apolônio de Tiana, em Éfeso, sobre a morte, por assassínio, de Tito Flávio Domiciano, em Roma, ocorrida naquele dia 16 de setembro de 96, conforme narra Filóstrato, demonstra a paranormalidade mediúnica do notável profeta. 

Orfeu se comunicava com Eurídice desencarnada. Andrômaca dialogava com Heitor falecido. 

Periandro conversava com Melissa, sua defunta esposa. Plínio mantinha contatos espirituais com Homero, como Sócrates com o seu daimon. Na historiografia clássica da Humanidade, desde Heródoto de Halicarnasso, passando por Xenofonte, Aristóteles, Plínio, Flávio Josefo, Apuleio, para citar apenas alguns, os médiuns e os fenômenos de que se faziam instrumento estão presentes nas admiráveis narrativas. 

Posteriormente, Pio V enxergou psiquicamente a vitória dos seus exércitos, em Corinto, na célebre batalha de Lepanto, a 07 de outubro de 1571, apesar de encontrar-se em Roma. Swedenborg acompanhou o incêndio de Estocolmo, não obstante estando em Gotemburgo. 
A biblioteca do padre Pierre Jacques Sépher possuía, no ano de 1786, quando foi vendida, cerca de 7.203 livros somente sobre ocultismo, nos quais os médiuns têm papel destacado. A mediunidade é uma faculdade inerente ao homem, com objetivos elevados. 

O seu uso determina-lhe a destinação ao bem, com renúncia e desinteresse pessoal do médium, ou se transforma em motivo de preocupação, sofrimento e perturbação para ele mesmo e aqueles que o cercam. 

Dentre todos os pesquisadores da peculiaridade mediúnica, destaca-se Allan Kardec, que a estudou em profundidade, arrancando-a da galeria mitológica na qual esteve por largo período, assim como a liberando das demonopatias e psicopatologias a que a má fé e a científica apressada desejam reduzi-la. 

Graças aos seus esforços, os médiuns devem exercê-la com devotamento e modéstia, objetivando a divulgação da verdade. 

Não se trata de um compromisso vulgar para exibicionismo barato ou promoção pessoal, porém, por meio do intercâmbio com os Espíritos nobres, serem as criaturas arrancadas do lamaçal dos vícios, ao invés de se tornarem campo para as paixões vis. Mais se enfloresce nos círculos anônimos e obscuros, agigantando-se daí na direção da Humanidade aflita. 

O conforto que proporciona é superior à capacidade de julgamento; a esperança que faculta é maior do que quaisquer palavras, porquanto, mediante os fatos incontestáveis, afirma a sobrevivência do ser à destruição pela morte, exornando a vida inteligente com sentido e finalidade. 

Posta, a mediunidade, a serviço das ideias enobrecidas, é alavanca para o progresso e apoio para todas as aspirações do bom, do belo, do eterno.